Texto: Thaís Franco Pereira Marques CRP: 08/17474

Você já parou para pensar no quanto algumas propagandas podem ser enganosas? Elas podem, de uma forma velada e sutil, roubar o protagonismo e a autonomia das mulheres. Até a própria campanha realizada na Semana Mundial da Amamentação, em 2019, que dizia: “Empoderar mães e pais – favorecer a amamentação” e algumas outras com frases do tipo: “o melhor remédio para aumentar seu leite é ter uma consultora de amamentação”, são exemplos de propagandas que, de uma forma sutil, tiram o protagonismo da mulher, colocando o profissional como centro do processo.

Essa é a lógica de um sistema/sociedade que reduz a mulher, sua potencialidade e toda sua capacidade de Ser, colocando outra pessoa no centro do processo como detentora do poder e do saber, em uma linha vertical, em que a mulher-mãe fica a baixo, reduzida, potencializando assim, os sentimentos de culpa, insegurança e insuficiência relacionados ao puerpério.

É claro que a carência de informação e a falta de apoio podem influenciar negativamente a amamentação e o parto e, que um profissional capacitado ou uma pessoa da rede de apoio, podem sim trazer calma, acolhimento e contribuir transmitindo seu conhecimento. Contudo, é importante compreender que ninguém empodera ninguém, pois o poder é individual e está dentro de cada um. A rede de apoio, como o próprio nome diz é apoio e deve ficar “por baixo” para cumprir seu papel.

É necessário cuidado, especialmente por parte dos profissionais, psicólogos perinatais, que muitas vezes acabam reproduzindo sem perceber, a lógica desse sistema que desqualifica, desautoriza e retira o protagonismo da mulher-mãe.

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