POR LARISSA SILVA AMARAL
CRP 03/19109

Sabemos que a maternidade pode ser uma experiência extremamente transformadora e desafiadora na vida de uma mulher. Ter um ser humano dependendo de você 24 horas por dia durante todos os dias pode não somente assustar, mas também fazer aflorar sentimentos e memórias que nem sabíamos que existiam.

Para algumas mulheres a gestação e a maternidade configura um momento muito mais prazeroso do que desagradável e as dificuldades do caminho mal são percebidas comparadas com toda a maravilha que é gestar e maternar.

Contudo, para outras esse pode ser o momento mais desgastante, doloroso, desconfortável e inquietante de suas vidas. Algo para não querer repetir mais.

Mas qual desses dois casos nos mostra o melhor modelo de mãe? Aquela que vive plenamente a gestação e maternidade e não tem “nada do que reclamar”? Ou aquela que está vivenciando o período mais insano de sua vida, mas mesmo assim está ali firme, mesmo que em alguns momentos sua vontade é de sumir e não olhar para trás?

A verdade é que não há como julgarmos uma mulher ao gerar e exercer a maternidade com todas as suas maravilhas e desafios característicos. Cada pessoa tem uma constituição de vida, uma forma com a qual foi ensinada a ver a vida, a esperar da vida, e a vivenciar e perceber as experiências de modo muito particular. E quem somos nós para julgarmos as dores, as alegrias os traumas e as conquistas de cada pessoa? Cada uma vivencia da maneira que sabe, que sente, que pode ou consegue.

Muitas vezes somos reféns da forma romantizada com a qual fomos ensinados a ver e imaginar a maternidade. Mas na realidade, a situação é bem diferente do que mostra a mídia, as histórias ou as imagens que vemos de longe sem imaginar o que se passa com aquela mulher ou com aquela família. E só quando acontece conosco é que proferimos aquela frase que ninguém imaginou que teria que dizer um dia: Porque ninguém me avisou que era assim?

O fato é que gerar e maternar são afazeres muito particulares e especiais, sejam em quais contextos estejam acontecendo. O melhor que podemos fazer é acolher, incentivar, apoiar, gerar condições, facilitar, estender a mão… Ou simplesmente não opinar, não dar palpites (ah… os indesejáveis palpites!), não julgar, não criticar, não tornar um momento já tão difícil em algo ainda mais desgastante.

Você acha que consegue? Consegue ver uma gestante ou uma mãe exercendo sua maternidade sem se meter? Sem julgar? Sem criticar? Sem apontar o dedo? Será que você consegue? Que tal experimentar?

Talvez se você começar a olhar para uma mãe com os olhos de perceber que aquela mulher está vivendo o momento mais desafiador de sua vida, mas que mesmo cheia de medos e inseguranças, cheia de dores e de sono, cheia de abrir mão das coisas que tanto ama, cheia dos palpites, cheia dos julgamentos, cheia de leite, cheia de amor, cheia de compreensão, cheia de sonhos e anseios… Cheia! Ela certamente não precisa de mais do que possa pesar a já difícil tarefa de maternar.

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