Por Profª. Pós-Drª. Rafaela de Almeida Schiavo CRP/0693353
Raramente é pensado e falado sobre a valorização da vida na área da maternidade, provavelmente por este ser um período em que a CULTURA da nossa sociedade nutre a crença ROMANTIZADA de ser um momento de plenitude e felicidade na vida de TODAS.
A verdade é que a gestação pode ser um dos momentos MAIS CRÍTICOS na vida de uma mulher, inclusive podendo haver a ideação suicida. Não há dados estatísticos exatos, porém há uma estimativa de que a cada 100 mil nascidos vivos, 4 mulheres morrem por suicídio.
A gravidez é um período de maiores chances para o adoecimento psíquico no ciclo vital feminino. Precisamos de políticas públicas de saúde mental com profissionais cada vez mais capacitados para atuar e pesquisar nessa área, promovendo REFLEXÕES sobre a temática e novos caminhos de prevenção.
Estudos mostram que no Brasil a prevalência de pensamentos suicidas durante a gestação ocorre em 6 a 12% das mulheres. São dados que mostram como a atuação psicológica nessa área é NECESSÁRIA. Mulheres com baixa renda e baixa escolaridade se encontram em GRUPO DE RISCO para alterações emocionais no pós-parto e possíveis ideações suicidas. A violência doméstica é outro fator que aumenta em seis vezes mais o risco para os pensamentos suicidas, assim como também mulheres que já apresentavam algum transtorno de personalidade anterior à gestação, bipolaridade, por exemplo.
Alguns dos fatores de proteção são: CUIDADOS, REDE DE APOIO e a RELIGIÃO. Cabe ressaltar que esse último é importante de ser considerado e incentivado como um significativo fator que somado aos outros é capaz de prevenir o suicídio materno.
Referências
FONSECA-MACHADO, Mariana de Oliveira et al. Sob a sombra da maternidade: gravidez, ideação suicida e violência por parceiro íntimo. Revista Panamericana de Salud Pública, v. 37, p. 258-264, 2015.