Texto por: Márjory Dowell de Brito Cavalcanti Matias / CRP 02/15.502 – Aluna Materonline

A teoria do apego também é conhecida como a teoria motivacional da proximidade, porque quando o bebê nasce, nasce também a necessidade da mãe/cuidador. O bebê então vai associar-se a essa figura que vai cuidar dele. A primeira imagem apresentada pelo bebê ao nascer fica impressa, podendo ser da mãe ou do cuidador, a criança vai ficar presa a essa pessoa como questão de sobrevivência.

Com o tempo, esse cuidado vai se estendendo para o pai, avós, familiares, a escola, até chegar a estranhos. O cuidado que a criança tem em casa deve se estender as instituições que são uma continuidade do cuidado que a criança recebe, e isso inclui: o olhar, o abraço, a presença que está sendo fortalecida dentro dessa relação amorosa (reforçando o padrão de apego seguro). Devido a isso, é importante que as creches e escolas compreendam o lugar de importância que ocupam na vida dessas crianças e o quanto esse apego mantido por eles pode auxiliar ao bom desenvolvimento dos mesmos.

É importante saber que para que o bebê humano possa sobreviver, ele precisa ser cuidado de forma física e psíquica. A ausência do apego seguro e de uma boa vinculação durante a primeira infância pode gerar quadros de depressão, causar transtornos de personalidade, sérios problemas de relacionamento para esse futuro adulto.

No aspecto do apego seguro existe a capacidade do bebê de buscar a proximidade com o cuidador, assim como o aspecto do cuidador de corresponder a essa aproximação, porém com o passar do tempo surge outra necessidade: a competência de que o bebê se desenvolva bem, e é preciso que se construa a capacidade de se afastar progressivamente da mãe para se relacionar com outras pessoas, sendo a distância, assim como a proximidade segura a base propícia para um bom desenvolvimento psíquico.

Quando o bebê recebe o cuidado após uma demanda solicitada, isso significa a resposta para a capacidade de vinculação, servindo esse como um fator organizador. Exemplo: Sentir fome, e chorar para sinalizar desconforto, gerando o sentimento de não conseguir sobreviver se não for alimentado, até a chegada da mãe para suprir suas necessidades, esse comportamento reflete na forma de como ele vai perceber como o mundo se organiza, passando a existir a homeostase diante de uma necessidade.

Ao longo da vida, esse comportamento vai aparecer, sempre que a pessoa precisar de cuidado, ela vai em busca de alguém mais “forte” para que posso pedir ajudar. Para o homem, é bom saber que esta próxima de uma base segura, e quando existe uma necessidade, assim como entender que pode buscar a resposta da necessidade em outras pessoas, através das competências adquiridas desde a infância.

Um dos grandes ganhos da teoria do apego é a formação do amor através do vínculo afetivo seguro, são afetividades estabelecidos na infância com os pais, passando posteriormente para os parceiros e outros adultos, por meio do sentir a presença do outro de forma consistente. Inicialmente o comportamento de sobrevivência e de vinculação com outro, evolui para uma necessidade afetiva, sendo essa sobrevivência emocional se relaciona com as emoções e a nossa capacidade de amar ao longo da vida, estando diretamente ligado a qualidade em que as relações são construídas. 

A base segura é um lugar a ser procurado, onde se pode voltar em caso de estresse, um local de conforto e certeza, a primeira base sólida edificada.

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