Por Profª. Pós-Drª. Rafaela de Almeida Schiavo CRP/0693353

O Ciclo Gravídico Puerperal é marcado por alterações emocionais, características deste período, com possibilidade de desencadear transtornos psíquicos significativos, comprometendo a saúde mental da mulher. Tais alterações, frutos de fatores sociais e psicológicos, podem influenciar o desenvolvimento da gestação, assim como o bem-estar e saúde da mãe e do feto. Entre os fatores psicológicos que, geralmente, implicam em complicações durante a gestação, parto e puerpério, podemos citar a alta ansiedade. 

Os riscos:

A ansiedade no ciclo gravídico puerperal é considerada comum, porém níveis de ansiedade elevados durante o mesmo é considerado fator de risco para nascimento prematuro e baixo peso (CONDE; FIGUEIREDO, 2003; ALDER et al., 2007; BENER, 2013), pré-eclâmpsia e mecônio no líquido amniótico (KURKI et al., 2000), além de ser um indicativo para ansiedade e depressão puerperal (BROUWERS; VAN BAAR, 2001; O’CONNOR, 2003; FAISAL-CURY et al., 2010; COELHO et al., 2011 ). 

Período mais propenso:

Pesquisas revelam que é no terceiro trimestre de gestação que as gestantes apresentam maior ansiedade, comparando com os anteriores, principalmente quando é a primeira gravidez (MALDONADO; DICKSTEIN, 2010; BAPTISTA; BAPTISTA; TORRES, 2006). 

A frequência:

Pesquisadores chamam a atenção de que a ansiedade pré-natal ocorre com frequência e, muitas vezes, confunde-se ansiedade com depressão. Ressaltam ser comum dificuldades na avaliação da ansiedade, pois há superposição dos sintomas desta com os sintomas depressivos (ANDRADE; GORENSTEIN, 1998; RIBEIRO; HONRADO; LEAL, 2004). A ansiedade e a depressão são constructos independentes, mas é reconhecida a sobreposição de sintomas. 

Os Sintomas:

Os sintomas, relativamente inespecíficos que estão presentes tanto em indivíduos ansiosos como depressivos, são: humor deprimido e ansioso, insônia, desconforto ou insatisfação, irritabilidade e dificuldades de concentração. Por outro lado os sintomas específicos da ansiedade são tensão somática e hiperatividade e os da depressão são anedonia e ausência de afeto positivo 

O Suporte Social:

O suporte social é fator protetivo no período gestacional, para se prevenir sintomatologias depressivas e ansiosas na grávida (BAPTISTA; BAPTISTA; TORRES, 2006; CHUNG et al. 2001), bem como a prevenção de nascimento baixo peso (HODNETT; FREDERICKS; WESTON, 2010). Maior participação do parceiro na gestação pode diminuir a ansiedade (BRAJENOVIĆ-MILIĆ et al., 2010). 

Portanto, apesar de sintomas ansiosos serem comuns no período gestacional, a alta ansiedade pode levar à complicação tanto para a mãe como para o bebê/feto. É preciso que psicólogos ofereçam um olhar diferenciado para esse período do ciclo vital humano, chamado de período perinatal. Não podemos mais negligenciar esse momento que não é, um momento de felicidade plena e satisfação, devemos reconhecer que estar grávida é estar também passando por mudanças além de físicas, emocionais e comportamentais que exigem de nós um olhar mais atento e empático, sem julgamento e sem negligenciar o fato que para muitas, esse momento pode ser o mais crítico de sua vida. 

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Afinal, o que é a PSICOLOGIA PERINATAL

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🟣 PSICOLOGIA PERINATAL é uma área nova da psicologia no Brasil que estuda tudo que está em volta do nascimento como: planejamento familiar, gestação, o pós-parto (não apenas o pós-parto imediato, mas um período que vai do nascimento  até os dois anos de vida do bebê), luto materno, luto por perda fetal, orientação de amamentação, adoção, reprodução assistida, desenvolvimento infantil, práticas educativas parentais.

São muitos os nomes dados para esta área da psicologia como psicologia da maternidade, psicologia da gravidez, parto e puerpério, psicologia obstétrica, psicologia do ciclo grávido puerperal, eu gosto de chamar de Psicologia Perinatal.

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