Por Denise Juliana Veiga de Queiroz Gomes
Psicóloga Perinatal (Instituto MaterOnline) CRP CRP 05/61517

Segundo Freud, o pai é de suma importância na infância, é uma necessidade fundamental que a criança seja protegida por ele.

O que percebemos em nossa sociedade é uma realidade diferente da exposta por Freud, são muitos homens que não reconhecem a paternidade, ou apenas colocam o nome no registro da criança e dão uma pensão, ou até moram na mesma casa, mas não participam efetivamente na vida da criança, ou quando fazem alguma coisa dizem que estão ajudando. O pai que exerce a sua função paterna é motivo de muito espanto, o que seria bom que fosse comum, é na verdade a exceção.

Ao confirmar a gestação, geralmente a mulher começa a realizar o pré-natal e os benefícios para a mulher e para o bebê são reconhecidos, o que normalmente não acontece é o incentivo do homem para que participe nas consultas, exames e por isso geralmente o homem não ouve o coração bater, não vê o seu bebê pelo ultrassom, e como a gestação é na mulher, todos os movimentos e aproximação com o bebê ficam com a mãe. São variados os motivos que fazem o homem não participar, não vamos detalhar, mas um é realidade para quase todos os homens que trabalham fora, como podem sair do expediente profissional para acompanhar o seu bebê com a frequência em que as consultas e exames são realizados? Isso afasta o pai e a curta licença paternidade  reforça esse distanciamento na fase inicial.

Não é pretensão culpar as empresas pela não participação dos pais nos exames, consultas e criação dos filhos, mas apenas chamar a atenção para uma questão que permeia a sociedade e salienta a diferente forma de olhar para os pais e para as mães.

Seria importante a participação do pai nas consultas do pré-natal, sendo possível tirar as dúvidas, falar sobre seus medos, ouvir o coração, ver as imagens de ultrassom e assim estar mais próximo do bebê, aproximando-o da realidade da gestação, fortalecendo o amparo a mãe, criando vínculo e conhecendo mais sobre esse universo que pode ser novo para ele e até por receio de não saber o que fazer, ficaria mais afastado.

O vínculo estabelecido na tríade, mãe – bebê – pai, poderá proporcionar maior interação entre a família, melhoria na comunicação, acolhimento das inseguranças, mais participação nas rotinas com o bebê, fortalecimento dos pais no novo papel de parentalidade, e o psicólogo pode auxiliar nessas construções por meio do pré-natal psicológico, onde acolherá a ansiedade, medos, tirará as dúvidas dentro do seu campo de conhecimento, dará informações sobre a gestação, parto e puerpério, entre outras atividades e intervenções que podem beneficiar a tríade.

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