Por Christianne Alecsandra Nunes Pessoa Silva
Psicóloga Perinatal (Instituto MaterOnline) CRP 02/14305
Logo após ”liberar” para engravidar, as mulheres já idealizam a maternidade, o gerar, sentem alegria ao imaginar seu bebê e já olham para itens infantis com emoção.
Antes mesmo dessa liberação, já existe dentro de cada uma o desejo de viver a maternidade, o amor de Mãe.
Entretanto, todo esse ambiente de sentimentos positivos, do desejo de viverem esse momento, começa a desmoronar a medida que os meses vão passando e o positivo não aparece.
Muitas encaram a chegada da menstruação como a responsável pela notícia de que ainda não foi dessa vez. Acontece um choque de realidade com a ideia de engravidar sem esforço para algumas x não conseguir o seu momento, e isso traz uma avalanche de sentimentos como dúvidas, medo, preocupação e ansiedade.
Com seu emocional fragilizado, a mulher se sente mal, estranha e ainda ouve comentários como ”vocês ainda não têm filhos?” Uma das coisas mais desconfortáveis para quem tenta engravidar é essa! Ela já tem a cobrança instalada em si mesma e quando sente de fora essa cobrança, isso a quebra em pedaços, literalmente.
É importante destacar que não só a mulher vivencia esse turbilhão de sentimentos. Ao seu lado existe um companheiro de jornada que também sofre, também ouve comentários desconfortáveis.
É algo que precisa ser falado, conversado entre o casal, pois muitas vezes, para a mulher, até a relação sexual passa de um momento de intimidade para uma chance de engravidar.
De fato, além de toda investigação e acompanhamento médico necessário para diagnosticar possíveis causas da infertilidade, o apoio psicológico ao casal, com profissional capacitado, é fundamental para ajudar a identificar sentimentos e lidar com eles, além de proporcionar espaço que ajude a minimizar a dor, para que sintam-se cuidados e torne-se aliado na prevenção da saúde mental.