Por Profª. Pós-Drª. Rafaela de Almeida Schiavo CRP/0693353 

O pós-parto pode ser um momento potencial de crise, incluindo crise conjugal. A dinâmica familiar muda independente do número de filhos. Se antes era só o casal, agora eles deixam de ser filhos para se tornarem pais. Se o casal já tem filhos eles deixam de ser pai e mãe de um filho para ser de dois e assim por diante.

A mulher no pós-parto muitas vezes se sente sobrecarregada e anulada em seus desejos, muitas vezes ela se torna invisível aos olhos dos outros, sendo visível somente o bebê. O estresse do pós-parto pode também afetar a qualidade da relação conjugal. 

O fato é que é comum na clínica perinatal ouvirmos queixas de mulheres exaustas, sobrecarregadas e que não se sentem apoiadas pelo parceiro. Por outro lado, também é comum a queixa do homem em relação ao distanciamento dos afetos que antes recebia da mulher e que agora são transferidos ao bebê, é comum inclusive que o homem se sinta excluído e até com ciúmes da relação mãe-filho.

Há estimativas de que a cada 5 casais 1 se separa antes do bebê completar 24 meses de vida. Muitas vezes os casais enfrentam dificuldades que não conseguem lidar e encontrar soluções, ambos sentem que já não se conectam mais como antes e não conseguem evoluir juntos na construção da parentalidade enquanto um casal.

O ideal é que antes do bebê nascer o casal converse sobre a divisão das atividades e demandas diárias para evitar reproduzir questões culturais de que o bebê é só da mãe. Infelizmente há casais que não têm abertura para esse tipo de diálogo devido a própria configuração da família onde existe a ideia de que o homem é o provedor e a mulher cuidadora. 
A transição para a parentalidade é um processo complexo que não deve ser algo que sobrecarregue um dos pais, mas algo compartilhado e movido por afeto mútuo. Dentro de uma estrutura social onde a licença paternidade é de sete dias, a mensagem que a cultura transmite é a relação mãe-bebê e não a relação mãe-pai-bebê, cultura esta que muitas vezes acaba contribuindo para que o filho seja visto especialmente como demanda da mãe. A atuação da psicóloga perinatal em contexto de puerpério pode fazer toda a diferença na comunicação e dinâmica familiar do casal.

Gostou desse conteúdo? Quer saber mais sobre Psicologia Perinatal? Faça parte da maior comunidade de formação de psicólogos perinatais da América Latina. Conheça toda nossa estrutura aqui e sinta segurança na hora de atender gestantes e mulheres no pós-parto.

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