Por Profª. Pós-Drª. Rafaela de Almeida Schiavo CRP/0693353

Ainda não são grandes e concretas as informações a respeito dos efeitos do coronavírus em gestantes e fetos. Sabendo-se que as gestantes são grupo de risco para o vírus e o momento ESTRESSOR, de ISOLAMENTO SOCIAL e PRIVAÇÕES das quais foram expostas, foi levantada por meio de uma PESQUISA da qual realizei, a HIPÓTESE de que a população de gestantes estaria com sintomas de estresse, ansiedade e depressão mais elevados e prevalentes durante a pandemia do que anteriormente.

A pesquisa foi realizada com 80 gestantes avaliando a saúde mental em período de pandemia do novo coronavírus, foi identificado que cerca de 36% das mulheres apresentavam sintomas de alta ansiedade, sendo 32% de mulheres com alta ansiedade em períodos de não covid

Cerca de 76% das gestantes em período de covid estão apresentando estresse e 61% apresentam estresse em período de não covid, onde já foi possível notar a diferença SIGNIFICATIVA no nível de estresse. 

Dentre as fases do estresse, cerca de 16% delas apresentam estresse em fases avançadas, sendo QUASE EXAUSTÃO e EXAUSTÃO. Em período de não covid, apenas 4% das mulheres apresentam esse nível de estresse.

Notamos então diferença significativa, pois o estresse crônico é o que acarreta PREJUÍZOS para a saúde FÍSICA e MENTAL das gestantes, assim como nascimentos prematuros, baixo peso ao nascer, problemas de comportamento, maior irritabilidade e outras consequências para o bebê. Com isto fica claro que o estresse em período de covid está mais elevado do que em períodos fora de pandemia.

Referente aos sintomas de depressão cerca de 29% das gestantes estão apresentando em período de pandemia, enquanto fora desse período 17% apresentaram sintomas de depressão. Novamente observou-se uma diferença SIGNIFICATIVA, mais mulheres estão apresentando sintomas de depressão em período de covid. 

O número de alterações emocionais significativas são ALARMANTES em períodos de covid-19. Apenas a ALTA ANSIEDADE foi identificada em porcentagens próximas às já apresentadas fora do período de pandemia, enquanto o estresse e a depressão DISPARARAM de forma significativa quando COMPARADOS ao período de não pandemia.

Outras 80 gestantes que foram avaliadas antes do período de pandemia estão expostas a MAIS condições de RISCO para alterações emocionais significativas do que às mulheres que participaram no período de covid, sendo estas últimas expostas a menos riscos de alterações emocionais significativas. Esse dado REVELA que aumenta a hipótese de que em períodos de covid as gestantes estão precisando AINDA MAIS do atendimento psicológico

O atendimento e atenção do psicólogo nesse período é de EXTREMA importância e necessidade para as gestantes, principalmente no serviço público de saúde onde ainda FALTAM profissionais qualificados e especializados nesta demanda para intervenção. Apesar de não haver no âmbito da ansiedade diferenças significativas, ao olharmos para as variáveis da amostra de gestantes avaliadas antes do período de covid, ou seja, o grupo que mais tem fatores de risco, podemos concluir que a ansiedade é MAIOR nesta população em período de covid, do que sem COVID-19.

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