Carla Daniele dos Santos de Souza CRP 03/19518

A ansiedade é uma condição natural no processo de desenvolvimento humano e está presente na vida das pessoas em diferentes níveis, afetando diretamente suas vivências. Bem como, dependendo do grau, pode causar impactos significativos nas relações interpessoais dos sujeitos.

A ansiedade é caracterizada como um estado emocional transitório ou, uma condição normal do organismo humano, que se manifesta em níveis que vão de leves, até níveis mais graves, surge em diferentes estágios da vida e pode ser desencadeada por fatores diversos. Muitas vezes acontece de maneira positiva. Entretanto, ocorre também de maneira negativa, causando malefícios, prejuízos, a vida cotidiana dos sujeitos (ANDRADE, et al. 1998 apud SCHIAVO, 2011).

Indivíduos acometidos pela ansiedade podem apresentar diversos sentimentos hostis. Tais como; apreensão, preocupação em excesso e persistente, palpitação, inquietação, insônia, cansaço excessivo, tensão forte, principalmente quando exposto a novas situações. Entre outros sintomas, as pessoas que padecem desta condição, também podem apresentar, medo excessivo e sem motivo aparente, angustia e dificuldade em relaxar

  A ansiedade faz parte do processo natural do desenvolvimento humano e estar presente em todas as fases da vida, algumas fases são mais favoráveis a desencadear sintomas ansiosos, quadro que ocorre devida as altas taxas de expectativas depositadas ao momento. Estas expectativas podem ser diversas e estão associadas a momentos tensos, perigosos e transitórios. Como, esperar o nascimento de um filho, esperar por resultados de exames, casamento, mudança de emprego, entre outros, são momentos que de certa forma, aguçam o desenvolvimento de sintomas ansiosos (GRAEFF, 2007 apud SCHIAVO, 2016).

Em conformidade com Cantilino et al. (2010) o período do pós-parto é bastante favorável ao desenvolvimento de transtornos ansiosos, em uma amostra de 400 puérperas que participaram de estudos realizados pelos autores, foi identificado que, 30% delas são acometidas por algum tipo de ansiedade, sendo o TOC (transtorno obsessivo, compulsivo), transtorno de ansiedade generalizada e fobia social os mais prevalentes entre todas as mães que participaram destas pesquisas. Ainda assim, houve uma maior incidência do TAG com prevalência de 16,5%. 

Além das pesquisas realizadas por Cantilino et al (2010) que identificaram um forte predomínio de ansiedade no pós-parto.  De acordo com Wenzel et al. (2005) apud Schiavo, 2016 sintomas ansiosos são também bastantes comuns na gravidez e corrobora com os estudos de Cantilino (2010) observando que, a incidência dos transtornos de ansiedade generalizada é maior em puérperas do que em mulheres da população geral.

 É válido ressaltar que, apoiada por pesquisas anteriores Schiavo, (2016) identificou que um quadro alto de sintomas ansiosos durante o período gravídico pode trazer consequências graves a saúde do bebê, bem como, afetar diretamente seu desenvolvimento.

REFERÊNCIAS

CANTILINO1, A. et al. Transtornos psiquiátricos no pós-parto. Revista de Psiquiatria Clínica, são Paulo, v. 37, n. 6, p. 288-294, mar./2010. Disponível em: file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/Downloads/Transtornos_psiquiatricos_no_pos-parto_2010.pdf. Acesso em: 20 set. 2021.

SCHIAVO, R.A Desenvolvimento Infantil: associação com estresse, ansiedade e depressão materna, da gestação ao primeiro ano de vida. 2016. 150f. Tese (Doutorado) – Universidade Estadual Paulista-UNESP, Botucatu, 2016. 

SCHIAVO, R.A.   Presença   de     estresse    e   ansiedade no terceiro trimestre de gestação e no pós parto.   2011.   141f.  Dissertação (Mestrado) –  Universidade Estadual PaulistaUNESP, Bauru, 2011. 

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