Por Profª. Pós-Drª. Rafaela de Almeida Schiavo CRP/0693353

A maternidade antes dos 18 anos não é um fenômeno específico da nossa sociedade,mulheres sempre tiveram filhos antes dos 18 anos, isso ocorria com muita frequência até o inicio do século XX. Pergunte para sua mãe e avó com quantos anos teve sua primeira gravidez.

O que mudou foi que no inicio do século XX originou-se uma nova categoria no que se refere ao desenvolvimento humano: A Adolescência.

Antes do século XX não existia o adolescente, os jovens aos 12, 13 anos ingressavam no mundo do trabalho, muitos deixavam os estudos muito cedo para trabalhar e as mulheres eram educadas para serem boas esposas, donas de casa e mães, não era comum a preocupação feminina com o seu futuro profissional. Portanto, casava-se muito cedo e tinham-se filhos também com pouca idade, quando comparado aos dias atuais.

Hoje em nossa sociedade existem os adolescentes e sua forma de agir, pensar e sentir, muito característico para sua idade, mas não é correto dizer que todos pensam, sentem e agem da mesma forma, seus comportamentos variam de acordo com sua a classe social, momento histórico, personalidade entre outros.

Dizer que ter um filho na adolescência é estragar a vida, pode ser uma fala muito preconceituosa. Para várias adolescentes engravidar nessa fase da vida, pode de fato desencadear conflitos psíquicos que podem a deixar triste, desesperada, desesperançada entre outros, entretanto, também há um grupo de adolescentes que ao engravidar se sentem alegres, plenas,
realizadas. Há até mesmo adolescentes que planejam a gravidez, parece esquisito, mas não são raras. Há também aquelas que já vivem com um parceiro, levando uma vida conjugal e desejam muito uma gravidez.

Desta forma, planejada ou não, a gravidez na adolescência não é um fenômeno raro e é preciso olhar para esse fenômeno não apenas com um olhar preconceituoso, com discursos que a menina estragou sua vida e que vai brincar de boneca com seu bebê, mas, é preciso olhar para essa
mulher como alguém que precisa de apoio, como qualquer outra gestante ou mulher que acaba de ter o bebê.

A sociedade precisa acolher melhor a mãe adolescente, ela é capaz de cuidar de seu bebê tanto quanto uma mãe adulta de primeira viagem, ela precisa de apoio dos familiares, principalmente no que se refere a ser responsável pelo seu filho. Muitas avós acabam impedindo a filha de cuidar de seu próprio filho com o discurso de que é muito nova e não saberá cuidar do bebê, é importante que as avós ajudem nos cuidados com o bebê, mas não auxilia em nada tirar essa responsabilidade da filha que é a mãe do bebê.

Portanto, oferecer apoio a mãe adolescente é ajudar a prevenir conflitos psíquicos, familiares e sociais, bem como oferecer um ambiente mais saudável para o desenvolvimento do bebê.

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