Por Dra. Giselle Caroline Fuchs (CRP 12/09967 – 08/IS-448)

A reprodução assistida é uma segunda forma de se adentrar a parentalidade, que consiste em técnicas que têm o papel de auxiliar na resolução dos problemas de reprodução humana, facilitando o processo de procriação (CFM, 2021).

As pessoas que buscam pela reprodução assistida são os indivíduos, homem ou mulher, considerados inférteis, estes quando apresentam alterações no sistema reprodutor que diminuem sua capacidade ou o impedem de ter filhos (LIMA, 2019).

Quando a infertilidade é constatada consequentemente surge a ideia de impotência, morte, fracasso e a impossibilidade de não gerar uma vida em um dos membros do casal, tendendo a provocar sentimentos intensos de insegurança e inconformidade que podem afetar a vida do casal como um todo (LIMA, 2019).

A infertilidade é vivida como um evento traumático para a maioria dos casais, que inclui questões socioculturais, psicológicas e espirituais importantes, sendo experienciada como o acontecimento mais estressante de suas vidas, podendo causar um estado de depressão ou outros transtornos emocionais, para tanto necessita ser avaliada sua intensidade, frequência e consequências (LIMA, 2019).

No processo de reprodução assistida a avaliação psicológica tem a responsabilidade de avaliar os casais que buscam o tratamento se estão apto ou não para a realização do tratamento, e também para dar suporte ou encaminhamentos para outros profissionais, se necessário (LIMA, 2019).

Para a realização da avaliação psicológica, utiliza-se a entrevista clínica, que favorece na manifestação das características do sujeito, permitindo ao profissional conhecer do sujeito avaliado (LIMA, 2019).

As autoras Vieira e Oliveira (2018) sugerem uma estrutura no momento da avaliação psicológica para reprodução assistida. Que vise colher as seguintes informações do casal: 1) dados sociodemográficos, como: nome, idade, data de nascimento, naturalidade, atividade profissional, escolaridade, religião e local de residência; 2) anamnese da história reprodutiva do casal: investigação de aspectos da infertilidade, passado obstétrico/ginecológico da mulher, tratamento a ser realizado e tempo na fila de espera, filhos, tratamentos realizados anteriormente; 3) estado emocional no momento da entrevista: grau de ansiedade, fatores geradores de estresse e que recursos utilizam para controle/manejo, predisposição aos estados depressivos, se possuem antecedentes psiquiátricos e se fazem uso de psicotrópicos, outras queixas emocionais de como se sente frente a demora em realizar o sonho da maternidade/paternidade, angústia diante da incerteza do prognóstico, dificuldades de adesão ao tratamento, pressão social para ter filhos, elevado contingente de exames; 4) contexto sociofamiliar:  como a infertilidade interferiu na relação do casal, a estrutura familiar, as possíveis crenças oriundas das famílias de origem de cada parceiro, se possuem uma rede de apoio social satisfatória, se resolveram contar ou não sobre a infertilidade e tratamento em seus diversos contextos sociais; e 5) exame do estado mental: avaliação das funções psíquicas básicas do casal, como consciência, atenção, orientação, pensamento, linguagem e afetividade, observando se o casal responde às perguntas por meio do relato verbal, considerando também a expressão não-verbal, podendo ser aplicado ainda o Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) mais conhecido como “Mini-Mental” de Folstein; Folstein;  McHugh (1975).

Os critérios de exclusão ou postergação do tratamento, são possíveis psicopatologia severa (quando detectadas importantes alterações nas funções psíquicas), transtornos psicológicos preexistentes que o tratamento ou gravidez possam agravar, discórdias conjugais graves, coerção de um membro do casal, abuso de substâncias psicoativas e determinadas situações críticas (TRAVAIN; LOURENÇO; TARDIN, 2015).

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