Profª. Pós-Drª. Rafaela de Almeida Schiavo CRP/0693353
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Muitos psicólogos e psicólogas ainda desconhecem o que é um parto humanizado. Alguns profissionais ainda associam esse termo ao parto em casa, na água e/ou com a presença de uma doula, mas parto humanizado é aquele que respeita a fisiologia da mulher, respeita direitos e necessidades da parturiente e do bebê. 

A presença da doula não define o parto como humanizado, pois o desrespeito à parturiente e seu bebê pode ocorrer mesmo diante dela. Entretanto a presença da doula influência de forma benéfica o processo de parto, além de que sua presença pode inibir ações consideradas como Violência Obstétrica, por ser uma testemunha ocular. Esse pode ser um dos motivos de resistência por parte de alguns profissionais, hospitais e maternidades em permitir a entrada da doula, portanto a presença da doula auxilia no processo de humanização do parto, embora não o garanta.  

Ter uma doula, o parto acontecer na residência da parturiente, ou na banheira por exemplo de um hospital,não caracterizam um parto humanizado, mas podem fazer parte dele. 

O parto humanizado pode acontecer no hospital, em casas de parto, na residência da cliente e outros locais que permitam que a parturiente se sinta segura. 

Não há nada de desumanizado o parto ocorrer em um hospital por exemplo, muitas mulheres se sentem mais seguras no ambiente hospitalar e é possível que em um hospital o parto aconteça de forma humanizada. O que caracteriza a humanização do parto é o respeito à parturiente e ao seu bebê; é a utilização de métodos cientificamente comprovados que são benéficos para ambos; é permitir o protagonismo da parturiente nas decisões que ela pode tomar. 

Ações desrespeitosas, não baseadas em evidências científicas atuais em relação ao parto e nascimento, a utilização de intervenções desnecessários, são características de um parto não humanizado. 

Algumas pessoas acabam também confundindo a cirurgia cesariana como um procedimento desrespeitoso, não associado à humanização do parto. Isso acontece principalmente por que o Brasil é campeão Mundial de cesáreas desnecessárias, colocando em risco a saúde materno infantil, inclusive risco de mortalidade materna por causas evitáveis.

Entretanto, quando há indicações verdadeiras para uma cesariana e a equipe de assistência ao parto e nascimento apresentam uma conduta gentil para com a mãe, pai e bebê, esta cirurgia é considerada necessária e benéfica, não sendo caracterizada como desumanização do parto e nem violência obstétrica.

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