Por Profª. Pós-Drª. Rafaela de Almeida Schiavo CRP/0693353

Com os recursos e tecnologia que temos hoje conseguimos que bebês sobrevivam tendo acima de 22 semanas de gestação, se antes um prematuro não sobrevivia, hoje é possível nascer prematuro extremo e ainda assim sobreviver. Hoje as pessoas podem alcançar 120 anos de idade, sendo a idade de 40 anos a sua plena juventude. Sabe-se que o LEITE MATERNO, por exemplo, é um alimento de extrema importância e pode ajudar a diminuir o número de crianças que morrem antes de completar um ano de vida só pelo fato de receberem o COLOSTRO e o aleitamento materno EXCLUSIVO até os seis meses pós-parto.

Devido a essas mudanças, a morte se tornou algo mais distante e faz com que os profissionais se sintam perdidos para lidar com a situação de morte, por isso muitas vezes procuram meios de não ser o responsável em dar a notícia de morte para a família. Há profissionais que FANTASIAM que o psicólogo tem alguma técnica para dar a notícia de morte como se houvesse um anestésico emocional para isso ou então fantasiam que o psicólogo tem uma FERRAMENTA ou uma palavra que funciona de igual modo para TODOS.

É importante lembrarmos da SUBJETIVIDADE e que ao lidarmos com humanos não existem respostas únicas para todos, depende do CONTEXTO, da EXPERIÊNCIA e do MOMENTO em que cada um está vivendo e sentindo. Às vezes há FANTASIA de que todas as mães e pais que perderam os seus bebês sentem a mesma coisa nas mesmas proporções e então acreditam que há uma TÉCNICA que responde por todos eles. Entretanto, não existe uma única resposta ou jeito.

O PRIMEIRO PASSO é ter empatia e respeitar o casal e a família neste momento delicado, tendo o cuidado de não deixar o casal na mesma sala onde outros casais estão recebendo os seus bebês. É necessário cuidar para não desrespeitar com falas de que logo o casal terá outro filho, pois um não substitui o outro e o bebê NATIMORTO já tinha uma história, afeto, nome e representação na mente dos FAMILIARES. 


O psicólogo também pode se colocar à disposição da família para uma conversa com a família quando desejarem, os informando sobre seus horários, locais de atendimento e compreendendo a sua dor e o seu tempo de querer ou não falar com o profissional. Tem casais que preferem passar esse primeiro momento JUNTOS, em SILÊNCIO ou com a FAMÍLIA para digerir a notícia, chorarem e vivenciarem o LUTO deles, afinal, ficar triste não é doença e não precisa de intervenção psicológica, pois é uma EMOÇÃO UNIVERSAL que precisa de ESPAÇO para ser vivida. Cada pessoa tem uma necessidade, um sentimento e uma história diferente que devem ser levados em consideração de forma subjetiva.

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