Texto: Elida Garbo Guedes – CRP: 06/130417
Ter um filho é uma mudança significativa na vida de qualquer pessoa, a partir da gestação, uma série de transformações se iniciam, no corpo da mulher é inegável esse processo assim como mudanças psicológicas são vivenciadas ao iniciar um novo papel social: ser mãe. Mas e para o pai? Como ocorre esse processo?
Da mesma forma que mulheres podem sonhar por toda vida em ter um filho, homens também podem ter esse sonho, assim como uma mulher que nunca se imaginou mãe pode se surpreender com uma gestação não planejada, o mesmo pode ocorrer com o homem que não pensava em ser pai. Nessa segunda situação ambos terão um caminho mais longo a se construir.
Historicamente ao pai cabia o papel único e exclusivo de proporcionar sustentação financeira a família, bastava exercer essa função e o mesmo já era considerado um bom pai. Educar, oferecer atenção e afeto era dever exclusivo da mulher, porém o exercício da paternidade está se transformando e atualmente já se espera muito mais de um pai.
A paternidade participativa é vivenciada quando o homem desempenha a função paterna ao exercer qualquer comportamento de cuidado, carinho e atenção ao seu filho, dividindo as funções parentais em igualdade com a mãe. Mas para tal é necessária construção, pois somos frutos dessa cultura que demarcava exatamente quais eram as funções maternas e paternas.
Antes mesmo de planejar uma gestação é importante que o casal converse sobre como desejam educar seu filho, quais valores são importantes nessa família e devem ser transmitidos, como planejam dividir as funções de cuidado como alimentação e higienização durante a rotina. É importante esclarecer que a única função exclusiva da mulher é a amamentação, as demais atividades de cuidado e atenção ao filho podem e devem ser partilhas entre ambos os pais.
Ao assumir o lugar de pai e desempenhar as funções paternas, o homem, tem a oportunidade de desenvolver um vínculo sadio e positivo com seu filho, se tornando mais uma figura de referência, fonte de atenção, amor, cuidado, respeito e proteção. Crianças com vínculos saudáveis com ambos os pais estão mais protegidas em seu desenvolvimento.
Essa construção é possível e dependerá de exercícios diários, não existe receita pronta, ser pai é como ser mãe, vivendo e aprendendo enquanto desempenha a função, dúvidas e preocupações serão naturais, mas a partilha entre o casal será a melhor sustentação nesse processo de aprendizagem.