Por Profª. Pós-Drª. Rafaela de Almeida Schiavo CRP/0693353

Cada trimestre da gestação da mulher tem características e sentimentos próprios, o terceiro trimestre gestacional é considerado o de maior ansiedade para a mulher. Além dos medos comuns a essa fase, também se mostram presentes alterações hormonais e emocionais que tornam o terceiro trimestre gestacional uma fase não muito fácil.

Os medos que vem com a gestação:

Essa fase do terceiro trimestre gestacional é considerada a de maior ansiedade gestacional, principalmente por causa dos temores que ocorrem nessa fase. Os medos mais comuns são: medo do parto, medo da dor do parto, medo de morrer ou que o bebê morra no parto, medo de não saber cuidar do bebê, de não ser boa mãe entre outros. A ansiedade pode ocorrer também devido à grande vontade da mãe ter o bebê logo nos braços, ver o rostinho da criança e poder exercer a maternidade. Nessa fase também é comum a gestante não conseguir dormir direito e tem com frequência insônia e pesadelos, principalmente devido à ansiedade presente neste trimestre. Muitas gestantes também não conseguem dormir direito, pois não conseguem encontrar uma posição confortável para dormir.

O aumento do Cortisol:

A elevação do nível de ansiedade no terceiro trimestre gestacional faz com que o corpo secrete uma maior quantidade de um hormônio chamado cortisol. O Cortisol aumenta progressivamente no organismo durante o período gestacional, alcançando níveis, duas a três vezes maiores no final da gravidez, em comparação às mulheres não grávidas (SHEA et al. 2007; HARVEY, 2002).

Alterações emocionais:

Apesar de a ansiedade estar muito presente no terceiro trimestre gestacional é importante que o psicólogo fique atento a intensidade com que a gestante apresenta esta alteração emocional. Utilizar instrumentos que possam medir o nível de ansiedade é muito adequado neste momento. Pesquisas indicam que a alta ansiedade, ou seja, níveis muito elevados de ansiedade na gestação podem ser um indicativo para ansiedade puerperal e até mesmo depressão pós-parto (HERON et al., 2004; SCHIAVO, 2016; LANES;

KUK; TAMIM, 2011).

O acompanhamento com o psicólogo perinatal e de total importância:

Portanto, cabe ao psicólogo fazer uma avaliação da saúde mental da gestante que se apresenta ansiosa e verificar se a ansiedade que ela apresenta é a que já se espera no final de uma gravidez ou se ela está tão elevada que pode até mesmo prejudicar o andamento normal da gestação ou do pós-parto.

Abaixo vídeos relacionados ao tema.

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Referências

HARVEY, E. Depressão pós-parto: esclarecendo suas dúvidas. São Paulo: Ágora, 2002.

HERON, J et al. The course of anxiety and depression through pregnancy and the postpartum in a community sample. J. Affect. Disord, v.80, n.1, p. 65-73 may 2004.

LANES, A; KUK, J.L; TAMIM, H. Prevalence and characteristics of postpartum depression symptomology among Canadian women: a cross-sectional study. BMC Public Helth, v.11, n.302, 2011.

SCHIAVO, R.A. Desenvolvimento infantil: associação com estresse, ansiedade e depressão materna, da gestação ao primeiro ano de vida. 2016. 150f. Tese (Doutorado em Saúde Coletiva) – Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2016.

SHEA, A. K et al. The effect of depression, anxiety and early life trauma on the cortisol awakening response during pregnancy: preliminary results. Psychoneuroendocrinology, v.32, n. 8-10, p.1013-1020, sep/nov 2007.

Afinal, o que é a PSICOLOGIA PERINATAL

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🟣 PSICOLOGIA PERINATAL é uma área nova da psicologia no Brasil que estuda tudo que está em volta do nascimento como: planejamento familiar, gestação, o pós-parto (não apenas o pós-parto imediato, mas um período que vai do nascimento  até os dois anos de vida do bebê), luto materno, luto por perda fetal, orientação de amamentação, adoção, reprodução assistida, desenvolvimento infantil, práticas educativas parentais.

São muitos os nomes dados para esta área da psicologia como psicologia da maternidade, psicologia da gravidez, parto e puerpério, psicologia obstétrica, psicologia do ciclo grávido puerperal, eu gosto de chamar de Psicologia Perinatal.

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