Por Patricia Camargo Ruschioni
Psicóloga Perinatal (Instituto MaterOnline) CRP 06/161397

O puerpério ou o pós-parto nada mais é que uma verdadeira  montanha-Russa de sentimentos, transformações físicas e emocionais. É a fase em que a maternidade se materializa. 

Fisiologicamente, leva até 6 meses para o organismo voltar ao seu lugar Como antes da gravidez, o corpo e os hormônios.  A quarentena serve para o corpo fazer essa homeostase. 

Para a Psicologia, o puerpério tem como durabilidade até os 2 anos, pelas mudanças comportamentais serem diferentes da física. 

O puerpério é o momento em que a maternidade idealizada, o Bebê idealizado e a mãe que foi idealizada,  ganham contornos reais (MALDONADO, 1997). 

Este período do pós-Parto é marcado pelas quedas hormonais além da mudança bruscas na rotina.  É normal e até esperado alguns sentimentos  desagradáveis como o baby blues. 

O baby blues refere-se a uma síndrome afetivo que  se manifesta  frequentemente em 39% a 85% das mulheres recém-paridas, com duração de  algumas horas e até vários dias, podendo estender-se até a segunda semana em que deu a luz.  Passado esse período, e se os sintomas se intensificarem  ou se modificarem pode ser uma condição mais grave que é a conhecida depressão pós-parto. 

Os sintomas do baby blues são:   -humor depressivo;   -crises repetidas de choro;  – irritabilidade;  – ansiedade;  – labilidade do humor;  – confusão;  – perturbações do sono e dificuldades para dormir. 

Diferente do baby blues, a depressão pós-parto, normalmente é  decorrente da depressão durante a gravidez e de todas as modificações  emocionais neste período e que são fomentadoras do estresse. 

A depressão pós-parto precisa de tratamento psicológico e muitas vezes  acompanhado de psicofármacos.

Ela acomete cerca de 20% a 25% das mulheres, e pode perdurar até 2  anos ou não, quando não tratado. 

Os sintomas da depressão pós-parto são:   – humor depressivo ou irritável;  – alterações no apetite e no sono;  – isolamento;   – dificuldade de se vincular com o bebê;  – sentimento de menos valia e culpa;  – ansiedade;  – preocupação excessiva com a criança;  – pensamentos suicidas ou sobre fazer mal ao bebê. 

Os sintomas duram mais que 2 semanas e são mais intensas que o  baby blue (MALDONADO, 19970).

É visto que a mulher passa por muitas modificações pós-nascimento do  bebê e por isso é necessário a rede de apoio e assistência em todos os  âmbitos. Tanto na parte emocional quanto nas questões informativas. Essa  prática é protetiva para transtornos como a depressão pós-parto. 

Portanto, a participação da família e do meio social em que a puérpera  vive é essencial para fortalecer laços e para que ela possa desfrutar deste  momento prazeroso, além dos benefícios do vínculo mãe-bebê para assim,  passar por essa fase de forma saudável para ambos. 

Referências  

MALDONADO, M.T. Psicologia da gravidez, parto e puerpério. 14 ed. São Paulo: Saraiva, 1997.  

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